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23 outubro 2010

Pesquisa sobre o que é o Rota vírus

Rota vírus

 

DESCRIÇÃO DA DOENÇA

A infecção pelo rotavírus varia desde um quadro leve, com diarréia aquosa e duração limitada à quadros graves com desidratação, febre e vômitos, podendo evoluir a óbito.

Praticamente todas as crianças se tem contato e se infectam nos primeiros 3 a 5 anos de vida, mesmo nos países em desenvolvimento, mas os casos graves ocorrem principalmente na faixa etária de 3 a 35 meses.

No Brasil e em Mato Grosso do Sul , os dados relativos à incidência do rotavirus são bastante limitados.

Os serviços de vigilância epidemiológica dos Estado Unidos motram que o Rotavirus a principal causa de diarréia grave. Estima-se que essa doença seja responsável por 5 a 10% de todos os episódios diarreicos em crianças menores de 5 anos. Também aparece como causa freqüente de hospitalização, atendimentos de emergência e consultas médicas, sendo responsável por consideráveis gastos médicos.

É importante frisar que em crianças prematuras, de baixo nível sócio-econômico ou com deficiência imunológica a infecção pelo rotavirus assume uma maior gravidade . O rotavírus também tem grande participação nos surtos de gastroenterite hospitalar .

AGENTE

É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos.

Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem.

O grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença no homem e em diversas outras espécies animais.

Possuem antígeno comum de grupo, localizado no componente VP6, no capsídeo intermediário, detectável pela maioria dos testes sorológicos. Esta proteína também determina o subgrupo (I, II, I e II, não I - não II) a que pertence a cepa. Os sorotipos são determinados por duas proteínas (VP4 e VP7) situadas no capsídeo externo.

Dos 14 sorotipos G (VP7) conhecidos, 10 têm sido descritos como patógenos humanos: os tipos G1 a G4, os mais freqüentemente encontrados em todo o mundo e para os quais vacinas estão sendo desenvolvidas; os tipos G8 e G12, esporadicamente encontrados e o tipo G9, predominante na Índia.

Rotavírus que eram encontrados exclusivamente como patógenos animais, sorotipos G5, G6 e G10, foram isolados em humanos.

O sorotipo G5 foi encontrado em amostras brasileiras segundo Gouvea et al, 1994 e Timenetsky em 1998.

MODO DE TRANSMISSÃO

Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa e também através de fômites.

O período de maior excreção viral é o que se dá entre o 3º e 4º dia a partir dos primeiros sintomas, no entanto, podem ser detectados nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarréia.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO

Varia de 1 a 3 dias.

CONDUTA

A anamnese feita com cuidado, com dados de história, antecedentes epidemiológicos e o exame clínico podem sugerir fortemente a infecção pelo rotavírus, no entanto como as manifestações clínicas da infecção não são específicas, a confirmação laboratorial é necessária para a vigilância epidemiológica e pode também ser útil em situações clínicas. Na forma clássica, mais freqüente em crianças de 6 meses a dois anos, a doença se manifesta como quadro abrupto de vômito, que na maioria das vezes precede a diarréia, e a presença de febre alta.

É comum observar-se formas mais leves ou quadros subclínicos entre adultos contactantes. Em crianças até os 4 meses pode haver infecção assintomática, levando a crer na ação protetora de anticorpos maternos e do aleitamento materno ;

A diarréia é caracteristicamente aquosa, com aspecto gorduroso e caráter explosivo, durando de 4 a 8 dias. Variações do quadro clínico através de infecções aparentes ou inaparentes não parecem guardar correlação com o sorotipo, enquanto que nas reinfecções, na maioria das vezes se evidenciam variedades antigênicas, sendo que, via de regra, a primo infecção é a de maior gravidade.

O exame laboratorial específico é a investigação do vírus nas fezes do paciente. A época ideal para detecção do vírus nas fezes vai do primeiro ao quarto dia de doença, período de maior excreção viral. O método de maior disponibilidade é a detecção de antígenos, por ELISA, nas fezes. Outras técnicas, incluindo microscopia eletrônica, VP4 e VP7 e cultura, são usadas principalmente em pesquisas. Métodos sorológicos que identifiquem aumento de títulos de anticorpos IgG e IgM, por ELISA, também podem ser usados para confirmação de infecção recente .

TRATAMENTO

Por ser, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos.

Não se recomenda o uso de antimicrobianos.

Não há terapêutica específica para combater o rotavírus.

A orientação atual é de manutenção da dieta alimentar normal. Eventualmente pode ser necessário recorrer à hidratação parenteral, se a oral não for suficiente para a reposição de fluidos e eletrólitos. Não se recomenda o uso de antidiarreicos.

COMPLICAÇÕES

Existem vários relatos na literatura associando a infecção por rotavírus a encefalites, Síndrome de Reye e à Doença de Kawasaki.

De todas as complicações as que não assumem caráter circunstancial são a diarréia prolongada em imunodeprimidos e a enterocolite necrotisante em neonatos.

DISTRIBUIÇÃO E FREQÜÊNCIA DA DOENÇA

Diversos estudos efetuados em vários países evidenciam a distribuição universal da doença, embora com características epidemiológicas distintas, dependendo do tipo de clima , se é temperado ou tropical

Nas áreas de clima temperado , o rotavirus se manifesta com uma distribuição tipicamente sazonal, através de extensas epidemias nos meses frios.

Já nas regiões tropicais , a sazonalidade não é tão marcante, manifestando-se mais por um caráter endêmico.

No Brasil, estudo realizado por Pereira et al, em 1993, evidenciou sazonalidade típica nas regiões Centro-Oeste, sudeste e sul e não se observou o mesmo padrão no Norte e Nordeste do país.

No Mato Grosso do Sul , a vigilância epidemiológica tem observado a sazonalidade da infecção pelo rotavirus , sendo que em 2004 e 2005 , nos meses de julho e agosto houve registros de surtos em diversos municípios do estado. De uma forma geral, a Monitorização de Doenças Diarreicas Agudas, implantada nos 78 municípios , registra uma aumento de casos notificados embora sem definir a etiologia.

CONDUTAS EPIDEMIOLÓGICAS E EDUCATIVAS

Notificação em caso de surtos: deve ser imediatamente notificado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica Municipal, e/ou Central para que sejam desencadeadas as medidas de controle bem como as necessárias à identificação do agente etiológico.

Exames laboratoriais

O Lacen de Mato Grosso do Sul faz exames de detecção de rotavirus dentro da sua rotina. Importante frisar que em caso de surto não se faz necessário coletar exames de todos os acometidos, visto que o vínculo epidemiológico associado ao quadro clínico demonstra a ocorrência do agravo na comunidade.

Vacina contra o rotavírus

A utilização de vacina eficaz permanece como a medida profilática de maior impacto contra a diarréia por rotavírus. Em 1998, uma vacina oral, tetravalente contra os sorotipos G1, G2, G3 e G4, foi liberada para uso nos EUA.

Recentemente seu uso foi suspenso até que melhor avaliação acerca de sua segurança seja feita. Apresenta-se na forma liofilizada e quando reconstituída, cada dose de 2,5 ml contém 1 x 10 5 unidades formadoras de placa (UFP) de cada uma das cepas. Sua utilização no programa de imunização no Brasil, ainda não é preconizada pois , além das questões relativas à segurança do imunobiológico, ainda depende de estudos que avaliem melhor a epidemiologia do rotavírus entre nós, bem como aspectos relativos à relação custo benefício de sua introdução em larga escala .

Outras medidas sanitárias e educativas

As práticas higiênicas tradicionais e universais como lavagem de mãos, controle da água e dos alimentos, destino adequado dos dejetos e do esgoto, tão importantes na profilaxia da gastroenterite por outros patógenos, parecem não ter grande impacto na incidência da infecção pelo rotavírus. Evidências nesse sentido são as extensas epidemias cíclicas da doença em países desenvolvidos. Nesse sentido, o estímulo ao aleitamento materno teria fundamental importância pelos altos níveis de anticorpos contra o rotavírus.

Fonte: www.saude.ms.gov.br

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