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14 março 2012

Porque o jovem não deve ler?

1.Se ler, vai querer participar como cidadão dos destinos do país. Isso ia irritar os políticos que mandam e desmandam há séculos. Eles preferem um jovem que não pense e que não participe de política.
2.Se ler, vai saber que estão mentindo e matando montes de jovens todos os dias em todos os lugares do Brasil e impunemente; principalmente porque esses jovens não percebem nem têm como saber (a não ser lendo) a tremenda cilada que é acreditar que bacana é mentir e matar também.
3.Se ler, vai acordar um dia e se perguntar que diabo é isso que anda acontecendo neste lugar, onde só ladrões, corruptos, prostitutas e ignorantes aparecem na mídia.
4.Se ler, vai ficar mais humano e, horror dos horrores, é capaz de sentir vontade de se engajar num trabalho comunitário e parar de ser egoísta.
5.Se ler, vai comparar opiniões, acontecimentos, impressões e emoções e acabar descobrindo que sua vida andava meio torta, meio gado feliz. Mesmo alguém que não vê a utilidade na leitura-pode achar que há um belo futuro aguardando uma juventude que vai de revólver pra escola e lá não absorve conhecimentos, mas um baseado ou uma carreirinha maneira.

A Regreção da Redassão

*Primeiro, eu não escrevi errado, o título é uma forma de chamar atenção do leitor para o assunto tratado no texto, em forma irônica.
*Segundo, leiam o texto, porquê ele trata de como os Brasileiros estão perdendo o costume de ler (principalmente com isso de "Vídeo seria melhor", "Podia ser na TV" e talz)
*Terceiro, se tiver com preguiça de ler (esse texto então se dirige principalmente a você) leia apenas as partes destacadas com negrito.
*Eu trabalhei com esse texto, e como sei que isso ocorre e muito na Habbid, resolvi postar para vocês refletirem.
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“A regreção da redassão”
“Semana passada recebi um telefonema de uma senhora que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que ensinasse seu filho a escrever:

- Mas, minha senhora – desculpei-me –, eu não sou professor.

- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm conseguido muito.

- A culpa não é deles, a falha é do ensino.

- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o menino. O senhor escreve muito bem.

- Obrigado – agradeci –, mas não acredite muito nisso. Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor.

(...)
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me respondeu: ‘você não deve se assustar, o estudante brasileiro não sabe escrever’. (...) impressionado, sai à procura de outros educadores. Todos me disseram: acredite, o estudante brasileiro não sabe escrever. Passei a observar e notei que já não se escreve mais como antigamente. Ninguém faz mais diário, ninguém escreve em portas de banheiros, em muros, em paredes. (...)

- Quer dizer – disse a um amigo enquanto íamos pela rua – que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência e me garante o emprego por mais dez anos.

- Engano seu – disse ele. – A continuar assim, dentro de cinco anos você terá que mudar de profissão.

Por quê? – espantei-me. – Quanto menos gente sabendo escrever, mais chances eu tenho de sobreviver.

- E você sabe por que essa geração não sabe escrever?

- Sei lá – dei com os ombros –, vai ver que é porque não pega direito no lápis.

- Não, senhor. Não sabe escrever porque está perdendo o hábito de leitura. E quando o perder completamente, você vai escrever para quem?

Taí um dado novo que eu não havia considerado. Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar num açougue. (...) Imaginei-me com uns textos na mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, assim como quem oferece hoje bilhete de loteria:

- Por favor amigo, leia – disse, puxando um cidadão pelo paletó.

- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio.

(...)

- E o senhor, vai? Leva três e paga um.

- Deixa eu ver o tamanho – pediu ele.

Assustou-se com o tamanho do texto.

- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que eu sou vagabundo? Que eu tenho tempo pra ler tudo isso? Não dá pra resumir tudo em cinco linhas?

(...)

Não há dúvidas: o estudante brasileiro não sabe escrever. Não sabe escrever porque não lê. E não lendo também desaprende a falar. (...)

(...) os estudantes não escrevem, não lêem, não falam, não pensam. Tudo isso me faz pensar que estamos muito mais perto do que imaginava da Idade da Pedra. A prosseguir nessa regressão, ou regredir nessa progressão, não demora muito e estaremos todos de tacape na mão reinventando os hieróglifos. Neste dia então a palavra escrever ganhará uma nova grafia: ex-crever.”